Sinceramente eu estou rezando por umas férias. Minha cabeça não está no trabalho, meu corpo se recusa a ajudar e eu, portanto, não tô rendendo nada. Eu gostaria de saber o que leva à gente em um dia estar super empolgado e no outro estar sem vontade de levantar um dedinho que seja para essa coisa chamada trabalho.
As vezes eu desconfio que nem é tanto o trabalho repetitivo em si, tem mais a ver com ficar presa em um escritório 10 h por dia e não poder sair mesmo que não tenha mais nada para fazer. E continuar fingindo de frente para o computador, já que não dá para começar um papo ou resolver um problema, ou sair para um lanche.
Sei lá, mas acho que atividades manuais repetitivas, desde que o ambiente permita a conversa entre os trabalhadores,é bem menos estressante do que essa atividade mental (muitas vezes repetitiva) dos escritórios. Fuxicar é fazer fuxico, e fuxico não é nada mais nada menos que um bolinho de tecido em formato especial que as mulheres levavam horas costurando em conjunto. Eu também já fiz farinha de mandioca de modo artesanal com a minha família, e por mais fisicamente cansativo que seja é muito mais descontraído, mentalmente revigorante, até divertido em algumas horas.
Talvez eu tenha essa opinião porque nunca fiz essas atividades profissionalmente, nunca as realizei todos os dias, nunca foram meu ganha-pão. Talvez seja só uma síndrome da "grama do vizinho é mais verde", mas mesmo assim eu acho que esse regime de trabalho dos escritórios é um matador de produtividade, não funciona direito. Pelo menos não para mim.
Eu acho que esse horário comercial (das 8h as 18 h) faz sentido para a instituição quando se trata de atendimento ao público, mas mesmo assim não faz sentido para o trabalhador. A única coisa que ele consegue fazer é trabalhar, se deslocar casa-trabalho, comer e dormir. O resto funciona mal e mal. Não dá para resolver os pepinos que surgem na viada normal, não dá para fazer um curso sem um sacrifício sobre humano, não dá para acompanhar o crescimento dos filhos mais de perto (é tempo integral, babá, avós, ou deixar sozinhos).
E aí é óbvio que a cabeça voa. E aí cada dia o trabalhador fica mais e mais cansado, sendo o final de semana uma correria épica para fazer tudo que ele não conseguiu fazer na semana . Inclusive viver.
SE os horários de trabalho padrão fossem diferentes, teria mais gente comprando, visitando eventos culturais, fazendo cursos. E teria mais gente feliz e produtiva.
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